A lesão SLAP ocorre, assim como a lesão da luxação do ombro, no lábio (ou labrum) da glenóide, porém em uma região diferente, na borda superior, local onde o tendão da cabeça longa do bíceps se insere na glenóide.
Essa lesão pode ocorrer após traumas, associados a luxações do ombro ou mais frequentemente durante movimentos repetitivos na posição de arremesso, ou seja, elevação e rotação externa do braço, como por exemplo: arremesso de baseball, volley, saque de tênis, etc.
Os sintomas da lesão SLAP são basicamente dolorosos e pioram aos movimentos de arremesso. Dessa forma, raramente causa sintomas nas atividades de vida diária.
O diagnóstico depende de uma história e clínica compatíveis com esses mecanismos de lesão e exacerbação. O exame físico também auxilia no diagnóstico, porém diversas patologias causam sintomas semelhantes , sendo nesse caso necessário a utilização de exames adicionais.
O melhor exame para avaliar a lesão SLAP é a Ressonância Magnética. Eventualmente é necessário a injeção de contraste no interior da articulação, esse exame é chamado Artrorressonância magnética, porém devido a alta definição da ressônancia atualemente, cada vez menos essa modalidade é utilizada .
Nem todas as lesões precisam ser tratadas. Algumas delas são degenerativas, adaptativas ou até mesmo podem não causar sintomas. Naqueles pacientes que tem clínica e exames de imagens compatíveis é iniciado o tratamento conservador que consiste em fortalecimento específico e alongamentos para as regiões acometidas com fisioterapia. É importante frisar que o tratamento fisioterápico não cicatriza a lesão, porém pode devolver o indivíduo as atividades sem dor ou limitação.
Nos casos em que o tratamento conservador falha, é indicado o tratamento cirúrgico. Existem 2 técnicas mais difundidas. Em pacientes em que o tendão ainda encontra-se saudável, sem lesões associadas, pode- se fazer a reinserção do tecido labral de volta ao leito ósseo da glenóide com o auxílio de âncoras. Em casos que o tendão também é acometido ou paciente mais velhos é optado por realizar uma cirurgia chamada tenodese, na qual a porção lesionada bíceps é ressecada desde sua origem no labrum e é fixada no úmero numa posição mais baixa. A cirurgia pode ser realizada por via artroscópica, ou seja, de forma minimamente invasiva ou de maneira aberta a depender da indicação clínica ou preferência do cirurgião.
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