A fratura da extremidade proximal do úmero é bastante frequente. Ela está diretamente relacionada a osteoporose, assim como a fratura da extremidade distal do rádio e do fêmur proximal. Como a maioria das fraturas tem 2 picos de incidência: indivíduos jovens com traumas graves e de alta energia e indivíduos idosos com traumas banais e de baixa energia, como quedas da própria altura.
Os sintomas da fratura proximal do úmero incluem dor local, crepitação, equimose ou hematoma e incapacidade funcional do ombro, tornando assim o diagnóstico bastante intuitivo. Apesar dos sintomas e sinais serem, na maioria das vezes, exuberantes, isso não afasta a necessidade de uma avaliação radiográfica adicional.
O diagnóstico é confirmado através de radiografias do ombro em diversas posições para avaliar não só a existência de fraturas mas também se existe desvio entre os fragmentos. Em alguns casos é necessário além da radiografia o uso da tomografia computadorizada para melhor avaliar a porção articular do úmero e a posição dos fragmentos.
O tratamento da maior parte dessas fraturas é feito de modo não cirúrgico, pois geralmente são fraturas sem desvio ou fraturas que apresentam um desvio dentro do aceitável para uma função normal do ombro. Nos casos em que o desvio é inaceitável ou existe luxação associada é indicado o tratamento cirúrgico.
O tratamento conservador:
O tratamento conservador consiste no uso de uma tipóia tipo velpeau. Ela é utilizada durante 24 horas ao dia, inclusive para dormir. O tempo de uso é variável e depende de diversos fatores inerentes a fratura e ao paciente que serão avaliados pelo ortopedista. Incialmente os movimentos com o ombro são proibidos e aos poucos são liberados pelo médico. O início da fisioterapia também varia caso a caso. Já os movimentos da mão, punho e cotovelo são livres e devem ser estimulados para evitar rigidez secundária a imobilização.
O tratamento cirúrgico:
O tratamento cirúrgico visa corrigir a deformidade inaceitável e manter os fragmentos na posição adequada com o uso de implantes. Os mais usados são: placas e parafusos. Nos casos mais graves em que é impossível a reconstrução do arcabouço ósseo ou naqueles em que a chance do osso não sobreviver é grande, devido a grave lesão dos vasos que nutrem os ossos, é optado pela realização de uma prótese (artroplastia), a mesma usada nos casos de artrose do ombro.
A reabilitação varia de acordo com a fratura e com o tipo de cirurgia realizada, porém o objetivo é comum: restaurar o máximo possível da função do ombro, sem dor e o mais precoce possível.
Como em toda fratura e todo procedimento cirúrgico existem complicações possíveis. No caso da fratura proximal do úmero as mais importantes são:
Perda de movimentos ou rigidez devido a gravidade da fratura e necessidade de imobilização.
Não-consolidação da fratura ou consolidação em posição inadequada
Osteonecrose, ou seja, uma parte do osso deixa de receber sangue devido a lesão provocada pela fratura.